sábado, 17 de dezembro de 2011

O último fôlego da esperança e a valsa da destruição


            Bem-vindo, caro cidadão! Dê-me as suas mãos e vamos juntos, dançar e comemorar o progresso a qualquer custo e o benefício da minoria que move nossas vontades!

            Talvez seja claro para uma parte da população, mas para muitos não é. Nós somos regidos por poderes maiores, e não estou falando de divindades. Pelo menos não espiritualmente. A vontade dos nossos controladores dita o nosso futuro, individualmente e coletivamente, e nos levam ao colapso do nosso sistema de pensamento, essa é a verdade. Nestes moldes, não podemos pensar e se podemos, somos convencidos com o passar do tempo a não agir.

            O atual governo do Brasil visa o progresso a qualquer custo, isto já é uma tendência há alguns anos, mas nunca tendo sido posta em prática da maneira alarmante de agora. A destruição da nossa biodiversidade é o maior exemplo disso. O número de eventos catastróficos, em termos ambientais, realizados pelos nossos “donos” é cada vez maior, pior e nos deixa com uma péssima perspectiva para o nosso próprio futuro. O velho mundo seguiu este mesmo caminho, há muitos e muitos anos atrás e hoje, muitos percebem o erro que cometeram. Diversos países são obrigados a buscar recursos naturais de ouras nações pela destruição de outrora, ou mesmo aqueles que não buscam, perderam infinitas possibilidades de poderem possuir uma alta diversidade de recursos.

            Este não é mais um texto eco-chato, nem mesmo daqueles “estereótipos verdes” de quem quer aparentar saber e mesmo assim não fala absolutamente nada de relevante. Não é preciso mostrar dados brutos, é só acompanhar as intervenções do Estado. Conservação da biodiversidade é essencial. Mas e o que diabos isto tem a ver com todos nós?

            Tudo! E não poderia ter mais a ver. Basicamente todos os problemas sócio-econômicos provêm do uso errôneo dos recursos naturais, seja por superexploração, destruição sem sentido, ações mitigadoras pífias e por aí vai. Logo, se não conservarmos, o que teremos para o amanhã? Provavelmente apenas a saudade das oportunidades que temos hoje. Ou será que já não as temos mais?

            Precisamos utilizar estes recursos, porém precisamos também pesquisar e evitar ao máximo o uso indevido dos mesmos. E pergunto à vocês: isto será uma atitude que virá daqueles que nos controlam e ganham dinheiro com isso? Eu acho que não.

            Tem que partir de nós mesmos, afinal seremos os mais afetados. Conservar não é pensar só em bicho, planta e o quanto isto tudo é bonito. Também devemos ter certa visão antropocentrista, afinal, precisamos persistir, resistir e transformar nossos pensamentos e conseqüentemente as nossas realidades. O progresso é necessário, precisamos crescer enquanto nação, mas com atitudes corretas, na medida certa, sendo um exemplo de saber fazer hoje, sem se arrepender amanhã. Podemos fazê-lo, depende apenas de nós mesmos.

Ainda há esperança, é claro. E nada muda de um dia para o outro. Então, pensando na biodiversidade, pensando em nós e nas possibilidades de um futuro melhor, vamos tentar ter atitudes realmente úteis para o nosso futuro. Plantar eucalipto, ao mesmo tempo que se chama de “ambientalista” apenas por que quer salvar as baleias não conta.

Este texto foi escrito baseado na visão de alguns, na percepção da minoria e na esperança de todos, até dos que sabem ou não querem saber e sentem isso sem nem mesmo se dar conta.
Renan de França Souza

Vivendo num mundo sem corações


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Anoitecer


Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil